Se você é jovem, certamente já teve que ouvir alguém – como sua mãe, seu pai ou seu irmão mais velho – reclamando sobre seu hábito de pesquisar tudo no Google. “No meu tempo, a gente tinha que ir até a biblioteca!”, eles dizem.
Mas todos nós sabemos que, por mais triste que isso possa ser para os amantes do bom e velho papel, os livros físicos estão com seus dias contados graças ao advento dos e-books. Eles geralmente são mais baratos e podem ser levados para qualquer lugar através de um levíssimo dispositivo móvel de sua preferência – de que outra forma você carregaria todos os livros da saga Harry Potter na mochila sem detonar sua coluna no processo?
A Universidade Politécnica da Flórida, nos Estados Unidos, parece estar disposta a fazer com que seus alunos abandonem de vez os livros físicos e abracem as facilidades proporcionadas pelas mídias digitais. A nova biblioteca da instituição, que foi inaugurada nesta semana, não possui uma única obra física sequer – os estudantes são literalmente obrigados a consumir material didático através de desktops, notebooks e tablets disponibilizados para locação gratuita.
Desenhada pelo renomado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, a biblioteca em questão conta com um acervo inicial de 135 mil e-books e é equipada com um sistema inteligente para aquisição de novos títulos. Qualquer aluno pode acessar gratuitamente alguma obra não-disponível no catálogo da instituição; quando um segundo estudante ler esse mesmo livro, ele será automaticamente comprado para a universidade, debitando seu valor do orçamento anual de US$ 60 mil.
Dessa forma, não são os bibliotecários que decidem quais e-books devem ou não fazer parte do acervo da biblioteca: os próprios alunos “moldam” a coleção de acordo com a demanda e necessidade, dispensando a curadoria desse tipo de profissional.
De acordo com Kathryn Miller, diretora da biblioteca, a ideia é acostumar os estudantes a lidar com tecnologia de ponta e lidar diariamente com pesquisa de documentos digitais. Em entrevista ao jornal The Guardian, Miller também comenta que a ideia foi bem aceita pelos alunos da instituição, que oferece cursos apenas em áreas como matemática, engenharia e ciências exatas.
Fonte: The Guardian