17 abril 2013

Cursos a distância superam os presenciais em todos os indicadores de qualidade do e-MEC


Tanto no conceito de curso (inclusive no preliminar) quanto no Enade, cursos a distância conseguem percentual superior de aprovação na comparação com presenciais, segundo base de dados e-MEC

A base de dados e-MEC, que reúne instituições de ensino e cursos de graduação com suas respectivas notas nos indicadores de qualidade utilizados pelo Ministério de Educação (MEC), aponta que, percentualmente, os cursos de educação a distância estão ligeiramente melhor conceituados do que os cursos presenciais em todos os indicadores.

O e-MEC reúne as notas nos indicadores do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que avalia o conhecimento dos estudantes; do Conceito Preliminar de Curso (CPC), que é composto a partir dos resultados do Enade e por fatores que consideram a titulação dos professores, o percentual de docentes que cumprem regime parcial ou integral (não horistas), recursos didático-pedagógicos, infraestrutura e instalações físicas; e, por fim, as notas do Conceito de Curso (CC), composto a partir da avaliação in loco do curso pelo MEC, e que pode confirmar ou modificar o CPC.

Em todos os três indicadores, os cursos a distância aparecem com percentuais ligeiramente maiores de aprovação (notas 3 a 5) e também com percentuais maiores entre os cursos aprovados com a nota máxima (5).

Na análise dos dados do e-MEC, verificou-se um quase empate nos indicadores CC, porém com vantagem para os cursos a distância, nos percentuais de aprovação (notas 3 a 5): 100% dos cursos a distância e 97,7% para os cursos presenciais. No indicador Enade também houve um cenário parecido: 70,5 para cursos a distância e 69,15% para cursos presenciais. Porém, no indicador CPC, houve uma grande diferença em favor dos cursos a distância: 83,7%, e 75,6% para os presenciais.

Se forem considerados apenas os percentuais de nota 5, novamente os cursos a distância estão na frente no CC (14,58% a distância e 14% presenciais) e no CPC (2,91% e 2,3%), ficando atrás apenas no Enade (4,5% a distância e 6,15% presenciais).

A busca de dados na base do e-MEC foi feita ontem, dia 20, considerando apenas cursos (não se buscou por instituições de ensino) em todo o país, pagos e gratuitos, nos graus de bacharelado, licenciatura, tecnológico e sequencial. Não se considerou neste levantamento os cursos presenciais ou a distância que não foram avaliados ou que ficaram sem conceito. A busca foi feita pela internet, no endereço http://emec.mec.gov.br/. O sistema é atualizado constantemente.

A pesquisadora Márcia Figueiredo, coordenadora geral do Centro Universitário Barão de Mauá e membro da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) afirma que o número de cursos avaliados em educação a distância é pequeno na comparação com os presenciais porque ainda "menos de 10% das instituições oferecem educação a distância, isso faz com que o número de instituições avaliadas ainda seja muito pequeno". Márcia também acredita que há a necessidade de que seja adotada um política nacional para a educação a distância, principalmente para a educação superior, já que a modalidade a distância não é considerada para este nível no Plano Nacional de Educação.

Veja os resultados da pesquisa na tabela: http://www.acheseucurso.com.br/cursos-a-distancia-superam-presenciais-em-avaliacoes-do-mec.aspx